O Centro da cidade de Jaboatão, também conhecido como Jaboatão Antigo, é uma das áreas mais antigas do município (ficando atrás apenas de Muribeca) e, por isso, é uma das mais ricas em monumentos históricos e edifícios de valor cultural. Tendo sido sede do município por mais de um século, o Centro de Jaboatão conserva ainda algumas características de uma cidade interiorana e colonial, com aspectos que nos remetem a um passado distante.
Surgida durante o final do século XVI, na confluência de dois rios - O Rio Jaboatão e o Rio Duas Unas - o povoado cresceu através de doações de terras realizadas pelo 3º proprietário do Engenho São João Batista (onde o povoado surgiu), o fidalgo português Bento Luís de Figueirôa. Aproveitando-se dos ataques realizados contra Recife e Olinda pelo corsário inglês James Lancaster, Figueirôa distribui terras a título de aforamento perpétuo àqueles que fugiam da sede da Capitania. É por isso que Bento de Figueirôa e sua esposa Maria Feijó são considerados os fundadores da cidade.
Atacado apenas uma vez pelos holandeses (que caíram logo em seguida pelas mãos do Capitão Luís Barbalho) o povoado foi crescendo ao longo dos séculos seguintes através de doações de terras dos senhores do Engenho São João Batista (posteriormente Engenho Bulhões). O local se destaca por ter sido residência de várias personagens importantes: Frei Jaboatão, Gervásio Pires, Barão de Lucena, Paulo Freire, Amélia Brandão, Benedito Cunha Melo, entre outros.
Com diversos monumentos históricos, em Jaboatão Centro são as igrejas que se destacam, entre elas a Igreja de Santo Amaro que fica localizada no alto de uma colina, destacando-se na paisagem. Fundada em 1598, foi transferida em 1691 para o atual local sofrendo, posteriormente, muitas transformações evidenciadas pela presença de vários estilos arquitetônicos, onde predomina o neoclassicismo. Seu interior possui ornamentos banhados a ouro e os restos mortais de várias pessoas importantes da cidade. Localiza-se na Rua de Santo Amaro.
Outra igreja importante é a Igreja do Livramento dos Homens Pardos, fundada em 1774, de estilo neoclássico e localizada na mesma rua da anterior.
Na parte baixa da cidade encontra-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, erguida na década de 50 para substituir a antiga Igreja do Rosário dos Homens Pretos que se localizava na Rua de Santo Amaro e que foi demolida. Possui grande volumetria e elementos bizantinos, estando situada na Praça do Rosário.
A Igreja Evangélica Congregacional, em estilo neogótico, encontra-se em frente à estação do metrô e é a Igreja Evangélica mais antiga da cidade.
Além das igrejas, um outro marco da história do município é a antiga estação do trem, datada de 1885. Localizada na Praça Dantas Barreto, próxima a estação do metrô, foi construída com elementos de ferro o que lhe confere um alto valor arquitetônico. É uma pena que o descaso das autoridades permita o estado de abandono desse monumento. Próximo dali, dois edifícios importantes: A Casa do Barão de Limoeiro e a Antiga Cadeia Pública.
A antiga casa do Barão de Limoeiro é uma bela residência em estilo eclético onde hoje funciona a biblioteca municipal. Localiza-se na Rua Marilita Martins e foi construída provavelmente no final do século XIX.
Já a antiga Cadeia Pública é datada de 1923, construída pelo governador Sérgio Loreto e abriga atualmente o Instituto Histórico de Jaboatão, órgão que conta com biblioteca, galeria de arte, museu (memorial) sobre a história de Jaboatão e de Pernambuco. Localiza-se na Rua Desembargador Henrique Capitulino e funciona de segunda às sextas somente pelas manhãs.
Na Praça Nossa Senhora do Rosário encontra-se o prédio onde funcionou o Antigo Mercado Público, datado de 1904, que funcionou posteriormente como Câmara de vereadores e biblioteca. Ao seu lado, o Edifício Senzala, belo sobrado de estilo eclético que apesar de estar incluído em área tombada a nível municipal teve parte de sua fachada alterada por um supermercado.
O Edifício Leão Coroado é outro importante patrimônio histórico municipal. Fundado em 1917, funcionou como escola e sede da banda municipal. Encontrava-se abandonado e sofrendo sérios riscos de desabamento, apesar de sua bela arquitetura eclética, mas foi recuperado no ano de 2008.
Algumas casas destacam-se na localidade, como a casa onde residiu a pianista Amélia Brandão, importante personagem da história da rádio brasileira. Em estilo eclético e erguida em 1920, localiza-se no final da Rua Duque de Caxias. Já a casa onde residiu o grande pedagogo Paulo Freyre fica localizada no Morro da Saúde, próximo a antiga Escola Piaget.
A cidade possui ainda um casario com edifícios de diversos estilos e épocas, alguns tombados a nível municipal, a exemplo da Rua de Santo Amaro.
Assim, Jaboatão Centro é um lugar onde o passado faz-se ainda muita presente, passado este de glória evocado pelos muitos edifícios históricos ali existentes.
Acesso: A partir do Recife pela Br 232 ou pela Pe 07. O metrô é outra alternativa.
3 comentários:
Parabens pelo blog. Adorei ver a casa que foi de minha tia, Marilita Martins. Passei bons momentos da infancia ali.
Parabens pelo blog. As fotos me trouxeram muitas recordações, principalmente a casa do Barão de Limoeiro que pertenceu à minha tia Marilita Martins, falecida em 1954. Ela foi vendida cerca de 8-10 anos após a sua morte. Adorei saber que a transformaram em Biblioteca Pública. lembro que havia uma sala de jantar com cenas de caça e natureza morta pintadas nas paredes. Espero que ainda estejam lá.
Marilita Lúcia
Manoel Bernardo da Silva. Nasci no Bairro de Engenho Velho e gostei dos acervos apresentado e Parimonio Publico. So fiquei triste com a Estação do Trem, construída pelo Ingleses no Século 20 e entregue aos descaso dos nosso Politico.
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