segunda-feira, 3 de março de 2008

Muribeca dos Guararapes

Por James Davidson



O povoado de Muribeca dos Guararapes, localizado em Jaboatão dos Guararapes, é uma comunidade que, infelizmente, é mais conhecida pelo lixão existente que por suas belezas naturais ou por sua rica história. Situado às margens do eixo de integração, entre Jaboatão Centro e Prazeres, possue origem muito antiga, pois consta sua existência num documento de desmembramento do Engenho Novo, datado do ano de 1577. Sendo assim, Muribeca é mais antiga que Jaboatão Centro ou Prazeres e, por isso, é considerada como o berço de nossa cidade.



Muribeca teve importante participação na Guerra holandesa, sendo palco de muitos conflitos entre luso-brasileiros e batavos. Como era o povoado mais próspero dos existentes nos arredores do Recife, foi atacado pelos holandeses diversas vezes, entre as quais em 1633, quando teve sua igreja depredada e utilizada como quartel pelos invasores. O Engenho Novo de D. Catarina de Albuquerque também foi invadido e saqueado pelas tropas holandesas. Em 1635, houve outro ataque, desta vez liderado pelo coronel Sigsmund Van Schkopp e com mais prejuízos para o povoado. Em 1646, aconteceu o terceiro ataque onde alguns engenhos, como o São Bartolomeu, foram invadidos e onde foram levados o senhor de engenho Fernão do Vale com mais nove pessoas que tiveram destino incerto.



A data simbólica da fundação de Muribeca é 20 de setembro de 1577, data em que D. Brites Mendes de Vasconcelos, viúva de Arnau de Holanda (primeiro proprietário de terras na região) vendeu o Engenho Santo André a João Peres e, do mesmo engenho, levanta um outro, o Novo da Muribeca. No documento de venda consta que já existia nessa data um aglomerado de casas que dariam origem à Povoação da Muribeca. O nome Muribeca significa, segundo alguns, carneiro pequeno. Já para outros especialistas a palavra Muribeca significa mosquito importuno, versão mais aceita até então. Mas há autores que afirmam que a palavra Muribeca significa "Gente Fina".


No povoado encontram-se ainda algumas relíquias históricas, como igrejas, ruínas, engenhos e casas preservadas. A Igreja do Rosário foi construída no século XVI pela Irmandade do Sacramento e foi reconstruída em 1781 pelo proprietário do Engenho Santo André, Felipe Campelo. Está ainda em uso e é de grande volumetria, destacando-se na paisagem. Já a Igreja do Rosário dos Homens Pretos encontra-se em ruínas, no lado oposta da igreja anterior, e foi construída pela Irmandade dos Homens Pretos, no século XVIII, como consta num relatório sobre a Capitania de Pernambuco de 1774. Ainda existem as ruínas da Igreja do Livramento, apenas uma parede, de data anterior a invasão holandesa e conhecida também como Igreja de São Gonçalo
.

Há ainda algumas casas datadas do século XIX que estão relativamente bem preservadas no povoado. No entorno, na zona rural, encontra-se ainda alguns engenhos com suas casa-grandes e outros componentes típicos, como os engenhos São Bartolomeu, Penanduba, Recreio, Novo, Megaype de Cima, Caiongo, São Joaquim, entre outros. As ruínas da Usina Muribeca, desativada desde 1965, também é outro marco histórico da região.


Destaca-se ainda os atrativos naturais da região, como pequenas cachoeiras existentes e belíssimos matacões de rochas ígneas formando um belo panorama visual. O Povoado de Muribeca dos Guararapes é tombado pela FUNDARPE, assim como as ruínas do Rosário dos Homens Pretos.

3 comentários:

Anônimo disse...

eu morei lá... é tudo de bom!!! amo minha terra meu lar.

Anônimo disse...

gostei muito de saber mas um pouco da História do Bairro em que eu nasce muito bom mesmo s2

Anônimo disse...

Preciso de referências sobre o assunto, sera que encontro no Instituto histórico de Jaboatão ou na biblioteca do município?