terça-feira, 15 de abril de 2008

Engenho Macujé

Por James Davidson



O Engenho Macujé localiza-se a alguns quilometros da antiga sede do município. Indo em direção sudoeste, pelo bairro da Vila Rica e passando pela Colonia dos Padres Salesianos, chega-se a esse engenho que fica situado em plena zona rural.


Fundado em 1759, a partir de um desmembramento do Engenho Carnijó, o Engenho Macujé fica às margens do Riacho Suassuna, conhecido nesse trecho como Riacho Macujé. A palavra Macujé é de origem indígena e significa "coisa agradável de comer" nome como era conhecida uma fruta hoje muito rara e também conhecida como "Mucugê". Seu primeiro proprietário foi o Sr Ignácio de Barros.


O Engenho Macujé conserva ainda sua casa-grande e algumas ruínas da primeira casa-grande e dos edifícios da fabricação do açúcar. A casa-grande lá existente é datada de 1928 e foi construída pelo então proprietário do engenho, na época o Sr Luis Gonzaga Maranhão, que também foi prefeito do município. Antes disso, existia no local uma bela casa-grande com capela anexa que foi destruída em 1928 para a construção da nova casa.


A antiga casa-grande do engenho Macujé era em dois pavimentos e sua capela era muito parecida com a atual Capela da Jaqueira, no Recife, e com a Capela do Engenho São Bráz, em Moreno. Foi construída em 1759 e, possivelmente, todas essas referidas capelas tinham o mesmo construtor. Infelizmente, o belo conjunto foi demolido criminalmente em 1928.



Além das ruínas da casa-grande e da capela, há ainda no local ruínas da antiga fábrica do engenho, um boeiro datado de 1928, resquícios de uma cocheira, purgadores, etc.



Atualmente, o engenho pertence ao Sr René Monenegro que reformou a casa do engenho que estava em péssimas condições de preservação. A casa também foi toda mobiliado com móveis antigos pelo novo proprietário e hoje conta com várias peças de diversas idades. Entre estas destaca-se um órgão, móveis antigos, entre outras coisas.



O novo proprietário fez uma nova capela no local e pretende utilizar o local como área de recreação, com campo esportivo e um açude para lazer.



quinta-feira, 10 de abril de 2008

Cascata por que estás mudada?

Por James Davidson


Sempre me entristeço quando visito a Cascata, bairro onde mora minha avó, no Centro de Jaboatão. Tristeza dessas sem consolo que nada que alguém diga tira a dor do coração. Cascata da minha infância, cheia de histórias e fantasias. Cascata que hoje está mudada, ou diria, destruída.


A cascata de hoje não é a mesma do tempo dos ferroviários, trabalhadores da Great Western, que saíam cedo e voltavam à tarde pra rever suas esposas. Não é mais aquela da cachoeira que atraía gente de todo canto. Não é mais a mesma de Sebastião Henrique dos Santos.


Cadê a cascata de outrora? Cadê a terra de minha infância? Onde estão as ingênuas brincadeiras? Pega-pega, esconde-esconde, pega-bandeira? Ninguém vê mais as plantações pujantes. Cadê o "velho" com o chapéu de palha? Onde estão as árvores que eu amava? As mangueiras e jaqueiras exuberantes?



Onde estão meus antigos companheiros? A brincar e correr no "arrodeio"? O que fizeram com o riacho de "Biito"? Hoje é esgoto e serve de pinico! Ninguém mais faz expedições à mata! Pra pegar azeitonas, marias-pretas como eram chamadas.

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Ninguém mais vê as festas emocionantes. Com palhaços distribuindo presentes às crianças, principalmente às carentes! Ali, no campo do Locomoção! Hoje, já não atrai a multidão.




Cascata dos tempos antigos. Afinal, o que fizeram contigo? O que fizeram com aquelas velhas casas? Hoje todas foram alteradas! Cascata do Canto, de Cima e de Baixo. E os chalets situados lá no alto!





Hoje a Cascata está mudada. Diferente de tudo que era antes. Violência, insegurança e imundície. Tristeza, abandono e pobreza. Não há mais o som das oficinas chamando os operários para um novo dia. Não há mais sossego e segurança. Seus riachos e a cachoeira estão sujos. O povo tranquilo foi embora. Forasteiros ocuparam seu lugar. A mata esta toda degradada. As crianças andam sujas e a violência não quer parar. As belas árvores foram trocadas pelo lixo. E os lindos cânticos por gritos!




É uma pena que tudo se acabou! A Cascata de antigamente agora só existe nas lembranças e nas saudades de quem ali viveu sua infância!