terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bacia hidrográfica do Rio Jaboatão

Por James Davidson




A bacia do Rio Jaboatão está localizada no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, abrangendo uma área de 413 km², entre as coordenadas 8°00’ e 8°14’ de latitude sul e 34°50’ e 35°15’ de longitude oeste. Drena os municípios de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, São Lourenço da Mata, Cabo de Santo Agostinho e Vitória de Santo Antão, sendo uma das bacias mais importantes do Grande Recife.



Junto com as bacias dos rios Tejipió, Pirapama, Massangana e Jordão, ela é classificada como sendo do Grupo GL2 (Grupo de pequenos rios litorâneos) pela CPRH (Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos). A temperatura média anual da bacia é de 24°C e a média das precipitações são sempre acima de 1500mm anuais. O clima é do tipo ams’, segundo a classificação de Köeppen. O período de chuvas desenvolve-se entre os meses de março e agosto.

O Rio Jaboatão é o rio principal da bacia, possuindo 75 Km de comprimento e desembocando no Oceano Atlântico. Sua foz encontra-se na Praia de Barra de Jangadas, em Jaboatão dos Guararapes, e sua nascente encontra-se em terras do Engenho Pacas e Arandú de Cima, em Vitória de Santo Antão. Seus principais afluentes são os rios Duas Unas, Mussaíba, Manassu, Muribequinha, Suassuna, Laranjeiras, Caiongo, Contra-açude, Carnijó, Una, Muribeca, entre outros.



A Bacia hidrográfica do Rio Jaboatão é de grande importância para a RMR, pois além de possuir expressiva área de abrangência nesta, contribui significativamente para o abastecimento da região. Para isso, possui diversas represas e açudes em seus afluentes com captação pela COMPESA, destacando-se a Represa de Duas Unas, 4° maior da RMR em atividade.


Porém, apesar de sua importância, a bacia do Rio Jaboatão vem sofrendo inúmeros impactos ambientais que vem prejudicando a fauna, flora e a qualidade da vida das pessoas da região. Entre estes impactos, destaca-se o despejo de resíduos industriais os mais diversos nos rios, os dejetos residenciais sem tratamento nos cursos d’água, o desmatamento desenfreado, o despejo de lixo e a ocupação irregular das margens fluviais, entre outros. Tudo isso contribui para que o Rio Jaboatão seja um dos rios mais poluídos e degradados do Estado de Pernambuco.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Reserva ecológica de Manassu

Por James Davidson


A Reserva Ecológica de Manassu é uma das cinco reservas ecológicas existentes na cidade de Jaboatão dos Guararapes. As outras quatro são as reservas de Mussaíba, Jangadinha, Salgadinho e Gurjaú. Todas constituem áreas de proteção integral da Mata Atlântica, de acordo com um decreto estadual de 1987, e deveriam estar sob a proteção da CPRH (agência estadual de recursos hídricos e proteção ambiental).


A Reserva da Mata de Manassu está localizada nas antigas terras do Engenho Manassu, próximo à Br 232, no bairro de mesmo nome, em Jaboatão Centro. Constitui uma área privada e que pertence ainda ao engenho, mas que está sofrendo um impasse devido à questões fundiárias entre o INCRA e a CPRH. Possui 264,24 ha e é rica em espécies da fauna da flora tropical.



O Engenho Manassu é do século XIX e, durante os anos 50 do século XX, foi transformado em fábrica de cerâmica. Porém, o novo empreendimento não deu certo e ficou em ruínas até hoje. Restam ainda a casa-grande, capela e ruínas de um arqueduto. Com a desativação do engenho, e o fim do cultivo da cana, a mata foi recuperando-se até formar a atual reserva.



A reserva é cortada por dois cursos d'água principais que são os rios Manassu e Mussaíba, que nascem no vizinho município de São Lourenço da Mata e deságuam no Rio Jaboatão. Estão relativamente bem preservados, apesar dos impactos sofridos na reserva. Mesmo protegida legalmente, ela vem sofrendo algumas ações criminosas como desmatamento, invasões e caça.



Os impasses atrapalham a fiscalização da reserva, pois a responsabilidade é jogada de um lado para outro e, enquanto a questão não é resolvida, ela vai sendo destruída aos poucos. As pessoas entram livremente na reserva e retiram as melhores árvores sem o menor medo ou receio. Entre as espécies presentes destacam-se os visgueiros, sucupiras, imbiribas, pau-ferro, urucuba, munguba, entre outras. O pior ocorre durante o São João, quando toras de madeira são vendidas para a montagem de fogueiras, bem à beira da Br 232!