O povoado de Matriz da Luz, ou Nossa Senhora da Luz, é o 2° distrito do município de São Lourenço da Mata e situa-se a alguns quilômetros a oeste do centro dessa cidade. Localizado em uma colina que serve de divisor de águas entre as bacias do Rio Capibaribe e do Rio Jaboatão, o povoado de Matriz da Luz é cercado por antigos engenhos de cana-de-açúcar e canaviais, o que dá um ar bucólico ao local. Seu nome deve-se a igreja principal do povoado que está sob a invocação dessa santa.
Segundo o historiador Pereira da Costa, a Igreja de Nossa Senhora da Luz, erguida inicialmente como capela, já existia em 1540 como consta de um documento de demarcação de terras. Sendo assim, levando em consideração as igrejas que ainda estão de pé, ela seria uma das mais antigas de Pernambuco e do Brasil. A povoação cresceu em torna da capela e, segundo documentos do período holandês, ela era conhecida como Povoação da Muribara e, assim como em toda região vizinha, era muito rica em pau-brasil. Hoje, além da Igreja de Matriz da Luz, o povoado conta com a Igreja de Nossa senhora dos Homens Pretos, de data posterior.
A Igreja de Matriz da Luz sofreu várias ampliações e modificações ao longo do tempo. Por isso, é possível constatar nela elementos arquitetônicos típicos de vários períodos, sendo difícil situá-la em um estilo único. Porém, percebemos elementos clássicos em sua fachada. Seu interior é simples e, segundo informações fornecidas pelo responsável pela igreja, alguns elementos originais foram retirados. Apesar disso, há ainda uma pia batismal e seteiras, na parte posterior da igreja, o que indica uma função secundária de "forte". Ainda segundo informações fornecidas, na última reforma foram encontrados esqueletos dentro de uma das paredes que provavelmente eram de pessoas importantes da região. Sua torre sineira fica no lado esquerdo.
No outro extremo do largo principal do povoado encontra-se a pequena Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Pertencente à irmandade dos pretos, provavelmente foi construída por estes para a realização de seu cultos. Ela é muito simples, tendo passado por uma restauração no ano de 2007. Seu interior é modesto com altar-mor e teto sustentado por tesouras de madeira.
No entorno do povoado, encontram-se ainda vários engenhos como o Tapacurá (tombado a nível estadual), o Curupaity, Pixaó, São José, Colégio, Muribara, entre outros. Alguns destes possuem ainda suas casas-grandes e outros componente típicos de um engenho. Mas devido a nossas limitações não pudemos visitá-los. A Igreja de Matriz da Luz é tombada pela FUNDARPE e seu entorno já sofreu alterações não previstas, como a edificação de mais de um pavimentos nas casas e alterações nas fachadas. Poucas são as casas que conservam suas características originais no povoado.
No século XIX, o governo do estado decidiu criar uma estrada ligando Jaboatão ao Povoado de Matriz da Luz. Era por essa estrada, conhecida como Estrada da Luz, que seguiam as romarias rumo às festividades religiosas partindo de Jaboatão. Hoje, este caminho existe apenas parcialmente, pois parte dele foi inundado com a construção da represa de Duas Unas. No Instituto Histórico de Jaboatão há algumas escrituras antigas de transações envolvendo alguns engenhos da área de influência de Matriz da Luz. Assim, Matriz da Luz, além de ser uma vizinha próxima e interessante de Jaboatão, também faz parte da nossa história.
8 comentários:
Parabéns James! Só agora no feridão parei para ver o seu blog, adorei, viu!?
Kalliny Gomes
muito legal essa cidade eu já morei ai.. muito da hora
James, você é um gênio! E seu blog tem informações que seriam difíceis de serem compiladas estarem acessíveis. Meus sinceros parabéns!
valdir roque- achou legal ele mora la
valdir roque- achou legal
este pequeno lugar tem muito mais historias para serem contadas foi muito bom.
"Segundo o historiador Pereira da Costa, a Igreja de Nossa Senhora da Luz, erguida inicialmente como capela, já existia em 1540[...]" Gostaria de saber em que obra ou escrito posso encontrar Pereira da Costa fazendo referência a igreja de Nossa Senhora da Luz
Evellyn Suellen, Pereira da Costa cita isso em "Anais Pernambucanos", obra com dez volumes que compreende a história pernambucana de 1543 a 1850.
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