Quando se estuda história do Brasil todo mundo aprende na escola que os primeiros habitantes de nosso país foram os indígenas. Mas, no caso de Jaboatão poucas são as informações sobre as tribos e povos que ocupavam nosso território antes da colonização. As referências são poucas e não nos trazem muitos detalhes sobre a vida e as características dos primeiros jaboatonenses.
Até o presente momento, não foi encontrado nenhum sítio pré-histórico em Jaboatão dos Guararapes. Mas isto não quer dizer que eles não existam. Segundo a arqueóloga Niède Guidon, há evidências de que o Nordeste era habitado há pelos 50.000 anos e, mesmos as teorias mais pessimistas sobre a ocupação do Continente Americano, situam essa ocupação entre 20.000 e 10.000 anos antes do presente. É muito improvável que em todo este tempo nenhum grupo humano tenha deixado nenhum vestígio em nosso município.
Esta ausência deve-se, com certeza, tão somente a falta de pesquisas arqueológicas. E como a ausência de evidências não é evidência da ausência, podemos considerar a hipótese que devem existir sítios desconhecidos em Jaboatão. Há relatos antigos que, no Engenho Guarany, existiam pinturas e gravuras rupestres em enorme rochedo da região. Orlando Breno procurou incisivamente por elas e descobriu que o local exato tinha sido destruído pelas pedreiras, ainda hoje abundantes na localidade. Isso mostra que é possível a existência de sítios e registros pré-históricos nos inúmeros rochedos espalhados pela zona rural do município.
Segundo Pereira da Costa, os índios que habitavam a região ao sul de Recife, a partir dos Montes Guararapes, eram os índios Caetés, pertencentes ao grupo tupi. Estes índios foram duramente perseguidos e exterminados, a partir da década de 1560, em represália ao incidente antropofágico da qual foi vítima o Bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, devorado junto com os outros tripulantes do naufrágio ocorrido próximo ao Rio São Francisco. Os Caetés habitavam todo o litoral sul de Pernambuco, até a foz do São Francisco, e eram tidos como "guerreiros, valentes, habilidosos, grandes músicos e bailadores" segundo o mesmo autor.
Esta guerra de extermínio contra os Caetés do sul da capitania, liderada por Jerônimo de Albuquerque e apoiada pela rainha de Portugal D. Catarina, durou cinco anos (1560-1565) e serviu para alargar os domínios portugueses em Pernambuco que antes "não tinham atingido, ainda, Guararapes, não ocupavam mais que o atual município do Recife". Ainda diz Bento Teixeira em sua Relação do Naufrágio de Jorge de Albuquerque, e retirada de Pereira da Costa: "Quando, porém, tomava algum forte ou aldeia dos gentios, fartava a todos com muitos porcos e galinhas, e outro muito mantimento da terra, que achava nessas aldeias". E ainda mais: "Tomando com facilidade uma aldeia após outra, conseguiu por termo a essa conquista dentro de cinco anos". Assim, foram massacrados os índios Caetés e os que sobreviveram fugiram ou foram escravizados.
A partir daí, iniciou-se a colonização das terras das "Ribeiras do Jaboatão, Pirapama, Ipojuca, Sirinhaém, etc". Os primeiros engenhos foram instalados ainda na década de 1560 e a presença dos indígenas parece ter sido banida segundo a maioria dos autores. Porém, as referências que tratam do domínio holandês em Pernambuco parecem negar a versão do extermínio completo dos índios. No ataque à Muribeca, ocorrido em 30 de Abril de 1633, quando o Engenho de D.Catarina de Albuquerque (Engenho Muribequinha) foi destruído, também foi destruída com ele uma aldeia de índios existente no local. A existência de aldeias indígenas em Muribeca durante o período colonial é uma grande possibilidade.
Não se sabe como devia ser a vida nessas aldeias, nem suas relações com os colonizadores e nem por quanto tempo duraram. Provavelmente, esses índios foram sendo absorvidas pela miscigenação com os colonizadores, perdendo suas terras com os avanços dos engenhos. Apesar disso, no século XVIII ainda existiam índios em Jaboatão. De acordo com Frei Jaboatão, em terras do Engenho Gurjaú (pertencente à Jaboatão na época) havia uma tribo de índios tapuias:
"Há notícia de que, em 1707, havia em Jaboatão uma tribo de índios, naturalmente do ramo dos tapuios. Nas margens do Rio Gurjaú, que nasce em Jaboatão e deságua no Rio Pirapama, habitava uma tribo que tinha o nome de ARAPOÁ-AÇÚ (ARAPOÁ ou IRAPOÁ é o nome de uma abelha muito comum; corruptela de IRA APUÁ, que significa mel redondo, ninho de abelhas.)."
Segundo Pereira da Costa, os índios que habitavam a região ao sul de Recife, a partir dos Montes Guararapes, eram os índios Caetés, pertencentes ao grupo tupi. Estes índios foram duramente perseguidos e exterminados, a partir da década de 1560, em represália ao incidente antropofágico da qual foi vítima o Bispo do Brasil, D. Pedro Fernandes Sardinha, devorado junto com os outros tripulantes do naufrágio ocorrido próximo ao Rio São Francisco. Os Caetés habitavam todo o litoral sul de Pernambuco, até a foz do São Francisco, e eram tidos como "guerreiros, valentes, habilidosos, grandes músicos e bailadores" segundo o mesmo autor.
Esta guerra de extermínio contra os Caetés do sul da capitania, liderada por Jerônimo de Albuquerque e apoiada pela rainha de Portugal D. Catarina, durou cinco anos (1560-1565) e serviu para alargar os domínios portugueses em Pernambuco que antes "não tinham atingido, ainda, Guararapes, não ocupavam mais que o atual município do Recife". Ainda diz Bento Teixeira em sua Relação do Naufrágio de Jorge de Albuquerque, e retirada de Pereira da Costa: "Quando, porém, tomava algum forte ou aldeia dos gentios, fartava a todos com muitos porcos e galinhas, e outro muito mantimento da terra, que achava nessas aldeias". E ainda mais: "Tomando com facilidade uma aldeia após outra, conseguiu por termo a essa conquista dentro de cinco anos". Assim, foram massacrados os índios Caetés e os que sobreviveram fugiram ou foram escravizados.
A partir daí, iniciou-se a colonização das terras das "Ribeiras do Jaboatão, Pirapama, Ipojuca, Sirinhaém, etc". Os primeiros engenhos foram instalados ainda na década de 1560 e a presença dos indígenas parece ter sido banida segundo a maioria dos autores. Porém, as referências que tratam do domínio holandês em Pernambuco parecem negar a versão do extermínio completo dos índios. No ataque à Muribeca, ocorrido em 30 de Abril de 1633, quando o Engenho de D.Catarina de Albuquerque (Engenho Muribequinha) foi destruído, também foi destruída com ele uma aldeia de índios existente no local. A existência de aldeias indígenas em Muribeca durante o período colonial é uma grande possibilidade.
Não se sabe como devia ser a vida nessas aldeias, nem suas relações com os colonizadores e nem por quanto tempo duraram. Provavelmente, esses índios foram sendo absorvidas pela miscigenação com os colonizadores, perdendo suas terras com os avanços dos engenhos. Apesar disso, no século XVIII ainda existiam índios em Jaboatão. De acordo com Frei Jaboatão, em terras do Engenho Gurjaú (pertencente à Jaboatão na época) havia uma tribo de índios tapuias:
"Há notícia de que, em 1707, havia em Jaboatão uma tribo de índios, naturalmente do ramo dos tapuios. Nas margens do Rio Gurjaú, que nasce em Jaboatão e deságua no Rio Pirapama, habitava uma tribo que tinha o nome de ARAPOÁ-AÇÚ (ARAPOÁ ou IRAPOÁ é o nome de uma abelha muito comum; corruptela de IRA APUÁ, que significa mel redondo, ninho de abelhas.)."
Estes dados são os únicos encontrados sobre os primeiros jaboatonenses. Somente a realização de estudos arqueológicos no município, com um pouco de sorte, será possível ter um quadro mais completo e claro sobre os índios em Jaboatão dos Guararapes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário